O luto é o processo emocional e sentimental que vivencia a ausência e o vazio causado por uma perda. Geralmente, é associado à angústia da perda de uma pessoa que morreu, mas também vivenciamos o luto em outros tipos de perda: um relacionamento, um emprego, de idéias, de sonhos. Superar um luto só se dá a partir de um longo processo e isso não significa esquecer, fingir que não aconteceu ou ainda não sentir dor quando lembrar. Superar significa apenas aceitar e continuar.
A verdade é que assim como todos os sentimentos inerentes ao ser humano, o luto também deve ser vivido, sentido e compreendido, para que possamos restabelecer nosso equilíbrio emocional. Ele tem 5 fases. As quatro primeiras podem se intercalar e serem vividas ao mesmo tempo e na última, é quando ele vai sendo resolvido. São elas, segundo a psiquiatra Kler-Ross:
Negação: a pessoa não quer acreditar na perda. É uma fase que pode dificultar contatos mais próximos com outras pessoas. Não muda a rotina, como se nada tivesse acontecido. Devido a dor sentida, o ego tenta negar a realidade, para aliviar o impacto do evento, com fantasias e pensamentos do tipo “se não tivesse acontecido”, “é bobeira”, “não estou nem aí”, entre outras.
Raiva: a pessoa já percebeu a realidade e que não pode fazer nada a respeito, sentindo revolta por isso. Se questiona e luta contra o acontecido. A raiva pode ser direcionada a si ou outras pessoas, muitas vezes acompanhada de culpa. Frases como “isso é injusto”, “porque eu”, etc.
Barganha ou negociação: tenta-se negociar a perda. Acordos internos ou externalizados a alguma entidade superior são propostos em troca do que se perdeu. Promessas e pedidos por bênçãos e milagres ilustram bem essa fase. “Serei uma pessoa melhor”, “te dou isso se…”.
Depressão: costuma ser a fase que mais dura e permeia as outras fases. Melancolia, desesperança, culpa, impotência, incertezas, sensação de vazio são alguns dos sentimentos. Isolamento, cansaço e introspecção são comuns. “Meu mundo acabou”, “sou incapaz”, “me odeio”, etc.
Aceitação: há uma reorganização interna e externa. Há uma maior serenidade tranquilidade e paz. Sentimento de superação. É possível pensar em formas alternativas. “Tudo dará certo”, “estou me refazendo”.
O luto pode durar de dois meses a dois anos dependendo da situação e da pessoa. Estar próximo de amiga(o)s e família costuma ajudar. Terapia e autoconhecimento com certeza são grandes aliados. A psicoterapia é um caminho que te auxilia na superação do luto com mais brandura, acolhimento e resiliência.
Vou deixar algumas reflexões: Quais são seus lutos atuais?
Quais as sensações quando se conecta com suas perdas, quais os medos e outras emoções que surgem, quais os desejos que não estão podendo ser realizados, quais seus maiores desafios?
Quais os pensamentos que lhe ocorrem, o que mais te perturba, o que mais lhe foi tirado com a situação, do que mais você sente falta?
Qual a limitação que você percebe com a situação, em que seus projetos serão alterados? Como você pode reorganizar sua vida sem aquilo que não existe mais? Enfim, há uma série de perguntas que podem ser feitas para esmiuçar o luto…
Você, com certeza, irá descobrir muita coisa sobre si mesma(o).